Maristela Fritzen, Josha Nitzsche, Rita Rausch, Valéria Mailer e Nestor Freese (da esquerda para direita).
Professor alemão ajudará a formar futuros docentes no idioma
O curso de graduação em Letras – Língua Alemã da Universidade Regional de Blumenau ganhou um importante reforço até novembro deste ano. O professor Josha Nitzsche será assistente de língua alemã na FURB no curso vinculado ao Departamento de Letras do Centro de Ciências da Educação, Letras e Artes (CCEAL).
Josha Nitzsche é um dos nove assistentes selecionados na Alemanha que chegaram ao Brasil, em março, para atuar em cursos de bacharelado e licenciatura de universidades brasileiras (a maioria federais), aprovadas no Programa de Assistente de Ensino de Língua Alemã, desenvolvido em conjunto pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC) e pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD).
Ele já está atuando no curso e na terça-feira foi apresentado no CCEAL. A diretora Rita Buzzi Rausch deu as boas vindas a Josha Nitzsche e elogiou a inserção da FURB no programa, através do empenho dos professores Valéria Contrucci de Oliveira Mailer (coordenadora do curso de Alemão e coordenadora geral do programa na universidade) e Nestor Alberto Freese (coordenador-adjunto). “A vinda dele é importante e significativa, pois vem ao encontro de nossas ações de internacionalização do CCEAL”, afirma a diretora, que também convidou para o encontro a coordenadora do Programa de Pós-Graduação (Mestrado em Educação), a professora Maristela Pereira Fritzen, que já tem projetos de pesquisa sobre o idioma.
O projeto aprovado pela FURB no convênio CAPES/DAAD visa qualificar a formação docente inicial e continuada em língua alemã no curso de graduação, no centro de idiomas (FURB Idiomas) e nas atividades de extensão da Universidade (nas escolas que são campo de estágio). A meta, segundo a coordenadora, também é dar visibilidade à língua tanto no meio acadêmico como fora dele, agora com o apoio do German Teaching Assistant (GTA), conforme edital (14/2014) do Programa de Assistente em Língua Alemã para Projetos Institucionais.
A professora Valéria Mailer explica que uma das razões para o estabelecimento destas parcerias com a Alemanha está na história de Blumenau. “Os alemães que aqui chegaram em 1850 contribuíram para a organização social de muitas das cidades que hoje compõem o Vale do Itajaí. Contudo, com a repressão de 1937, na campanha de nacionalização do governo Vargas, a língua alemã foi expulsa da zona urbana e perdeu o vínculo com a escrita, passando a existir somente na oralidade”.
A volta da língua aos currículos escolares no ensino fundamental e médio requer profissional habilitado que dê conta do ensino já nas séries iniciais. Em Blumenau há 20 escolas municipais, segundo dados da Secretaria de Educação, que tem o ensino alemão desde o quarto ano do ensino fundamental. A cidade de Pomerode conta com duas escolas municipais bilíngues alemão/português. Também escolas de Indaial e Jaraguá valorizam a língua do lar dos alunos que chegam na escola, contribuindo agora no letramento bilíngue das crianças.
– Mas, levando-se em conta o número de universidades que formam licenciados em língua alemã, fica fácil entender o baixo número de atuantes no ensino do idioma nas escolas. Dos formados em Florianópolis (UFSC), são raros os que optam por atuar no Vale do Itajaí, mesmo com a alta demanda. A FURB é, portanto, a maior responsável pela formação de professores da região desde o surgimento do curso em 2009, diz Mailer.
No curso de licenciatura em Língua Alemã da FURB o assistente fortalecerá o aprimoramento da oralidade, compreensão, leitura e escrita dos acadêmicos aprendizes de alemão como língua estrangeira (LE) e da leitura e escrita dos acadêmicos falantes da língua, que cursam alemão como segunda língua (SL).
O assistente também abordará questões culturais, sociais e históricas da Alemanha nas disciplinas do curso, a fim de confrontar e até mesmo desmitificar o imaginário local sobre o país, que muitos só conhecem pela descrição familiar, no que se denomina educar para a interculturalidade.
Quem é Josha Nitzsche
Ele tem 33 anos e vai acompanhar os professores nas aulas e nos estágios para incrementar questões linguísticas e culturais, durante 20 horas/aula semanais. Vem da cidade de Bonn, na Alemanha, e estudou o Alemão como língua estrangeira, específico para quem vai dar aula para alunos do idioma. Ele fez Germanística (um curso mais genérico) e um ano de especialização em Alemão como Língua Estrangeira. A formação dele é equivalente ao mestrado.
Será a primeira experiência docente de Nitzsche, em especial no exterior. Está bem motivado. Pela primeira vez no Brasil, Josha estava disposto a ocupar qualquer vaga em universidades da América Latina, quando se inscreveu no DAAD. Mas deu preferência para o Brasil (com 11 vagas) quando concorreu com quase 50 candidatos, por ouvir falar bastante dos brasileiros durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Não fala português nem espanhol, mas já arrisca algumas palavras em português, idioma pouco falado na Alemanha, o que lhe deu vantagem na entrevista ao manifestar interesse pela América Latina.
Universidades selecionadas
As instituições que receberam os profissionais são: Universidade Federal de Pelotas (UFPel, Pelotas/RS), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal Fluminense (UFF, Niterói/RJ), Universidade Federal do Ceará (UFC, Fortaleza/CE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Belo Horizonte/MG), Universidade Estadual do Piauí (UESPI, Teresina/PI), Universidade Regional de Blumenau (FURB, SC), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC, Itabuna/BA) e Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET, Rio de Janeiro/RJ).
O programa prevê benefícios para os assistentes, tais como passagem aérea, curso de integração e língua portuguesa de um mês, bolsa com duração de até 10 meses e seguro-saúde.
Fonte: FURB
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