Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Documentários focados na identidade cultural dos descendentes de alemães no Vale dos Sinos em lançamentos de Verte Filmes


O curta 'meio' estreia no dia 29 de outubro, na sala PF Gastal na Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre e 'Land schaffen' será exibido no dia 13 de novembro, dentro da programação da 59ª Feira do Livro

A Verte Filmes está lançando dois documentários com direção de Pedro Henrique Risse e Clarissa Beckert, realizados através de editais do Fundo de Apoio à Cultura - FAC 2012 da Secretaria da Cultura do Estado. Os curtas meio e Land Schaffen apresentam, em narrativas e estéticas distintas, particularidades identitárias presentes no cotidiano dos descendentes de alemães na região do Vale do Rio dos Sinos. O ponto de partida para os dois documentários foram as pesquisas realizadas por Clarissa durante sua graduação em Ciências Sociais, que abordaram a relação entre imaginário e identidade cultural através de histórias de vida.

Fotos Divulgação


 

O curta-metragem meio tem estreia marcada para a próxima terça-feira, 29 de outubro, às 20h, na Sala PF Gastal, na Usina do Gasômetro. A entrada é franca. meio reflete sobre a dimensão imaginária e processual da identidade cultural: na comunidade de Vila Rica, originalmente Vila Rickert, área rural do município de Presidente Lucena, vive Lina, uma senhora de 83 anos que só fala o dialeto alemão Hunsrückisch e praticamente não entende português, portanto, não tem uma língua em comum com seus netos. Em uma escola próxima, crianças estudam alemão, imaginam sobre o país de origem de seus antepassados e se perguntam sobre o que isto tem a ver com suas vidas.
O discurso do filme se constrói a partir de uma narrativa em contraponto que valoriza suas lacunas e representa o hiato entre as duas gerações de descendentes da imigração alemã do Vale do Rio dos Sinos. O que é ser brasileiro? O que é ser um alemão brasileiro? O que é ser um alemão? O filme aborda a questão da identidade como um sentimento que transita entre a memória e o imaginário, e o idioma como forma de articulação e expressão dessa identidade.

No filme Land schaffen, que estreia no dia 13 de novembro, às 19h, no Cine Santander, o trabalho, a família, o cotidiano e a força do homem do campo são elementos que interligam fragmentos de vida. A exibição integra a programação da 59ª Feira do Livro de Porto Alegre. A Alemanha é o país homenageado nessa edição da Feira, por ocasião dos 190 anos da imigração alemã no Brasil e do Ano Alemanha+Brasil 2013-2014.

Neste filme, há cinco personagens principais e suas famílias. A narrativa se constrói a partir de conversas entre os personagens sobre a vida, os seus desafios e sonhos, o trabalho duro na roça e o cotidiano. Filmado nos municípios de Araricá, Bom Princípio, Sapiranga e Presidente Lucena, Land schaffen é quase inteiramente falado no dialeto Hunsruckisch, que é o idioma predominante nestas comunidades.
O título Land schaffen pode ser traduzido para o português como "criar a terra" ou "produzir a terra".  É um conceito geográfico que remonta à ação do homem sobre a terra, ou seja, à associação de natureza e ação humana. É, possivelmente, a origem da palavra "Landschaft", comumente traduzida como "paisagem" para outros idiomas. Além disto, a palavra "schaffen" é utilizada no dialeto Hunrückisch como o verbo "trabalhar", sendo que, em alemão, significa "conseguir/ criar".

Land schaffen tem como referência a produção contemporânea que se propõe um diálogo entre a ficção e o documentário, como "Céu sobre os ombros" de Sérgio Borges e "Avenida Brasília Formosa" de Gabriel Mascaro. O filme trabalha com uma câmera que parece apenas observar, como no Cinema Direto, e adota uma montagem própria do cinema ficcional, buscando imersão e identificação com os personagens.

Serviço

Exibição de documentários sobre a imigração alemã no sul do Brasil

meio (Brasil, 2013, digital, cor, 20 min)

Dia 29 de outubro, terça-feira, às 20h
Sala PF Gastal
Centro Cultural Usina do Gasômetro - Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro - Porto Alegre
Telefone:  51 3289 8100
Entrada Franca - Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: No interior do sul brasileiro, Lina não consegue falar com seus netos, pois seu único idioma é um dialeto alemão. Em uma escola próxima, crianças aprendem alemão, imaginam sobre o lugar de origem de seus antepassados e se perguntam o que isso tem a ver com eles.
Contemplado pelo Edital FAC 02/2012 da Secretaria da Cultura do Estado do RS

Land schaffen (Brasil, 2013, digital, cor, 26 min)

Dia 13 de novembro, quarta-feira, às 19h
Cine Santander
Santander Cultural - Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro Histórico - Porto Alegre
Telefone: 51 3287 5500
Entrada Franca - Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: A rotina de trabalho na terra dita o ritmo em que se tecem histórias de vida, se constroem identidades e se cultivam sonhos. Nas conversas do cotidiano, o dialeto alemão Hunsrückisch desenha a paisagem de famílias brasileiras, entre vales e morros do Rio Grande do Sul.
Contemplado pelo Edital FAC 09/2012 da Secretaria da Cultura do Estado do RS

Curiosidades sobre os filmes

Os curtas foram filmados em digital HD.
A pesquisa de caráter etnográfico, que deu origem aos roteiros dos filmes, foi iniciada em junho de 2012 e proporcionou um conhecimento sobre as realidades individuais, visões de mundo, e contextos de vida atuais dos personagens. Os diretores conviveram com pessoas e famílias de diferentes comunidades do Vale do Rio dos Sinos, observando seu cotidiano, e buscando se aproximar de suas realidades e modos de ser, construindo relações de proximidade. O processo de pesquisa dos filmes foi realizado em paralelo, abrangendo as cidades de Ivoti, Sapiranga, Bom Princípio, Novo Hamburgo, Nova Hartz, Araricá e Presidente Lucena. Nestas localidades foram entrevistadas 30 pessoas. Além destas, para o filme meio, 27 alunos do Instituto de Educação de Ivoti foram entrevistadas.
As gravações dos filmes aconteceram entre julho e setembro de 2013. O processo de criação dos filmes ocorreu em campo: nas filmagens, optou-se por uma equipe reduzida, de apenas três pessoas, para manter a relação mais próxima entre os realizadores e os personagens e criar as condições para o surgimento e a percepção de traços identitários sensíveis. Para cada filme, porém, foi desenvolvida uma estratégia formal particular, diretamente ligada a abordagem temática.
Dialeto Hunsruckisch - O dialeto alemão Hunrückisch foi trazido pelos primeiros imigrantes alemães para o Brasil. Aqui sofreu alterações por consequência do contato com outros dialetos alemães e, principalmente, pelo contato com o idioma português. Deste desenvolvimento surgiram diversas variações do dialeto, dentre elas, o dialeto falado no estado do Rio Grande do Sul, que possui particularidades que o diferenciam e definem enquanto tipo específico: o "riograndenser Hunsrückisch". É possível dizer que o alemão falado no Brasil é um alemão genuinamente brasileiro.
Os filmes ressaltam esta característica linguística através de legendas em ortografia etimológica do dialeto que serão disponibilizadas nos DVDs. Estas legendas foram desenvolvidas com a colaboração de Prof. Dr. Cléo V. Altenhofen (Instituto de Letras/ UFRGS) do projeto ALMA - Atlas Linguístico-contatual das Minorias Alemãs da Bacia do Prata: Hunsrückisch. Portanto, os filmes enfatizam o dialeto, colocando o Hunsrückisch em um lugar central dos documentários.
meio foi realizado através do Edital FAC 02/2012, Desenvolvimento da Economia da Cultura Sociedade Civil, contemplado em primeiro lugar na categoria Apoio ao Registro e à Memória, com o projeto de nome Memórias Migrantes. Land schaffen foi realizado através do Edital FAC 09/2012 -  Rio Grande do Sul - Pólo Audiovisual, com o projeto de nome Zurück, Voltar.
Outras informações
O diretor alemão Edgar Reitz acabou de lançar no mês de outubro o seu novo longa "O outro lar" ("Die andere Heimat"), no qual aborda a emigração de alemães da região do Hunsrück para o Brasil em meados do século 19.
Em maio de 2013 foi instituído o Ano Alemanha+Brasil 2013-2014, com o objetivo de ampliar e aprofundar as relações entre os dois países. Economia, cultura, tecnologia, inovação, educação, ciência e esporte serão alguns dos temas abordados na programação, que vai durar até maio de 2014.
Em 2014, vários eventos estão previstos para a comemoração dos 190 anos da imigração alemã no Brasil.

 

Diretores

Clarissa Beckert tem 26 anos (1987), nascida em Colônia (Köln), Alemanha. É filha de mãe brasileira e de pai alemão. Sua família materna é da região de Sapiranga, no Rio Grande do Sul, de descendência alemã, e o dialeto alemão Hunsruckisch era ainda falado por sua mãe e avós. Clarissa nasceu e cresceu na Alemanha e se mudou para o Brasil com 19 anos. Assim, reflexões sobre pertencimento e identidade cultural marcam a sua trajetória. Residiu em Porto Alegre durante 5 anos, formando-se em Ciências Sociais pela PUC/RS em 2012. Atualmente cursa o Mestrado em Antropologia Cultural e Social na Universidade Livre de Berlim (Freie Universität Berlin). Com os curtas documentários "meio" e "Land schaffen" faz sua estreia como diretora.
Pedro Henrique Risse tem 28 anos (1985), nascido no Rio de Janeiro, reside em Porto Alegre há 17 anos. Formado em Cinema na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) em 2010, é um dos sócios da produtora de cinema e televisão VERTE Filmes, juntamente com Gabriel Faccini e Tiago Rezende, criada em 2010. Com os curtas documentários "meio" e "Land schaffen", dirigiu ao todo seis curtas. Também atua como fotógrafo, montador, roteirista e artista visual.

Verte Filmes

A VERTE Filmes é uma jovem produtora de Porto Alegre formada por Gabriel Faccini, Tiago Rezende e Pedro Henrique Risse, todos egressos do curso de Realização Audiovisual da UNISINOS. A VERTE produz cinema, televisão e dialoga com outras áreas das artes, em especial o teatro. A criação de séries para televisão é atualmente um dos focos da produtora, que já conta com duas séries de ficção com pilotos finalizados. Outra vertente é a produção de documentários sobre arte.

Ficha técnica

Pesquisa, Direção, Produção, Montagem: Clarissa Beckert e Pedro Henrique Risse
Fotografia: Pedro Henrique Risse.
Diretor Assistente e Som Direto: André Garcia
Edição de Som e Mixagem: Marcos Lopes da Silva e Tiago Bello
Colorista: Ligia Tiemi
Assessoria de Imprensa: Adriana Martorano Comunicação
Companhia Produtora: Verte Filmes

Atendimento à imprensa
Adriana Martorano Comunicação
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