Patrik Camporez | pmacao@redegazeta.com.br
Fotos: Edson Chagas-GZ
Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Fazenda Emílio Schroeder reivindicam o ensino da língua pomerana dentro da sala de aula. |
A população capixaba é composta por aproximadamente 145 mil pomeranos, a maior parte deles concentrada em comunidades rurais de 13 municípios do Estado, onde vivem do cultivo da terra.
Para manter preservadas suas tradições e costumes, os descendentes germânicos resolveram se unir para, através de um ciclo de reuniões que acontece em todo o Estado, montar uma pauta com diversas reivindicações.
E a principal delas diz respeito a falta de políticas públicas voltadas ao campo, fato que tem levado cerca de 50 % dos jovens dessas comunidades a deixarem suas casas para trabalhar ou estudar em outras cidades, explica o pesquisador Irineu Foerste, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Municípios capixabas com maior concentração de pomerano (clique na imagem para ampliar) - Arte: Genildo |
Moradores declaram amor pelos costumes locais: em Santa Maria de Jetibá, onde 80 % da população é descendente germânica, moradores têm orgulho de suas origens. |
A lista de reivindicações inclui ainda a cobrança por investimentos na agricultura familiar e melhorias na educação e saúde no campo. Para a pedagoga Vanilda Haese Dettmann, todas essas demandas têm, em comum, o objetivo de fortalecer a permanência do povo pomerano em seu território. “Estamos nos organizando melhor para que as políticas públicas sejam alcançadas. O objetivo é fortalecer a organização dessa cultura”, afirma Vanilda, que é uma das idealizadoras do movimento.
Casas no interior mantêm arquitetura tradicional: de passagem pela comunidade Ilha Berger, uma linda casa chamou a atenção da reportagem. Nela, mora Dona Maria. |
Origem
Os pomeranos são oriundos da antiga região da Pomerânia que, após a Segunda Guerra Mundial, deixou de existir no mapa europeu. Grandes desbravadores das terras capixabas, estabeleceram-se inicialmente na região das montanhas e, posteriormente, no final do século XIX e início do século XX, migraram também para o Norte do Estado, em direção ao Vale do Rio Doce.
Algumas escolas já contam com o ensino pomerano: Gabriel Kuster, 10 anos, aprende o pomerano em sala de aula, na comunidade São João do Garrafão. O avô comemora. |
Falar a língua germânica vale no currículo: uma loja no Centro de Santa Maria de Jetibá conta com 20 funcionários, e todos falam pomerano com os clientes. |
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