Reportagem do Jornal Nacional (Rede Globo) de 31 de janeiro destacou o registro da Língua Talian como Patrimônio Cultural do Brasil. O Talian, juntamente com as línguas Guarani Mbya e Asurini do Trocará, são as primeiras línguas reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ver notícia aqui) e agora fazem fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). Essas línguas bem como os representantes de suas comunidades foram homenageados durante o Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística, em Foz do Iguaçu-PR, no dia 18 de novembro do ano passado (ver notícia aqui).
Assista o vídeo com a reportagem aqui ou visualize abaixo.
Abaixo replicamos a notícia publicada no portal G1.
Dialeto derivado do italiano vira patrimônio cultural no Brasil
O Talian é falado por cerca de meio milhão de pessoas, principalmente no sul do país, e já tem até dicionário com mais de 40 mil verbetes.
Desde o fim do ano passado o Brasil tem um novo dialeto registrado como Patrimônio Cultural.
No jogo de cartas, quem será que está ganhando? Impossível saber, a menos que você entenda talian.
“A gente pegou hábito e fala o italiano e continua com o italiano", diz um dos frequentadores da roda.
Eles e cerca de meio milhão de pessoas no país. Programas em talian vão ao ar em mais de 200 rádios brasileiras. Afinal, o dialeto nasceu aqui mesmo, depois da vinda dos imigrantes da Itália para o país.
"Essa mistura de dialetos do Norte e Nordeste da Itália com o português deu origem aquilo que hoje chamamos de talian", explica o professor Darcy Luzzatto.
O professor Darcy é autor do dicionário de talian, que tem mais de 40 mil verbetes, e prepara a primeira gramática da língua, que é comum principalmente no Sul do país. Em Serafina Corrêa, na Serra Gaúcha, o dialeto é a segunda língua oficial da cidade.
“Tem os nonos, que se sentem mais acolhidos quando a gente fala o dialeto com eles”, explica a vendedora Odete Lazzarotto.
Mas nem sempre foi assim. Nos anos 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, os cidadãos brasileiros foram proibidos de falar qualquer idioma vindo de países inimigos. E a Itália era um desses países. Por isso, imigrantes e descendentes passaram a ser vigiados pela polícia, para que não descumprissem a lei.
O nono Etelvino, patriarca da família Bazzo, conta que a lei durou pouco tempo, mas deixou uma herança de preconceito.
“Chamavam colono grosso porque ele não sabia falar ‘brasileiro’”, conta.
Por isso, o reconhecimento do dialeto como língua e referência cultural brasileira pelo Ministério da Cultura (MinC) no fim do ano passado pode ajudar a manter o talian vivo também entre os jovens.
“Sendo uma língua oficial, há um status diferente. Traz orgulho e traz uma consciência de que é uma outra língua, que não é o português. Se se fala o talian, se preserva toda essa cultura da imigração italiana no Brasil”, destaca Paulo Massolini, presidente da Federação das Associações Ítalo-Brasileiras do RS.
Fonte: G1
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Fonte: e-Ipol.org
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