Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Plattdeutsch: dialeto remanescente

O pomerano é um dialeto alemão que se define como uma variedade do Plattdeutsch. Interessante notar que este dialeto sobrevive unicamente no Brasil, uma vez que na Alemanha, com o fim da Pomerânia (Pommernland), que hoje tem seu território dividido entre Alemanha e Polônia, não se tem mais notícias dele.

Uma particularidade do Plattdeutsch é de que as vogais são prolongadas, se comparado com o Hochdeutsch, tornando-se até mesmo ditongos. Por exemplo, em vez de se dizer dewohnen (morar), diz-se wounen. Ao invés de se dizer Kuh (vaca), diz-se Kou e, às vezes, até mesmo Kau (como em inglês). Outros exemplos de particularidades deste dialeto são: Haus (casa), se torna Huus, e Schwein (porco) se torna Swien.

Em termos de construção das orações, o dialeto tem uma predileção por orações relativas. Comparando-se algumas frases no Alto Alemão e Baixo Alemão tem-se o seguinte: Hochdeutsch: die einfahrenden Schiffe (os barcos entrando), Plattdeutsch: De Schäpen, die rinkomm (os barcos que entram).


Segundo alguns autores, o Plattdeutsch não pode ser considerado propriamente um dialeto, mas sim uma variante linguística com gramática e vocabulário próprios.
O Plattdeutsch se desenvolveu de uma mistura de todas as línguas faladas no Báltico. É possível se traçar paralelos com o sueco, inglês e até com as línguas bálticas. A semelhança com o inglês é reforçada pelo fato de que a língua não passou pela chamada Segunda Mutação Consonântica (Zweite Lautverschiebung) do alemão.

Sendo assim, no Plattdeutsch as consoantes P, T e K permaneceram iguais ao alemão antigo, em vez de mutarem como no Hochdeutsch (alemão do sul e central que acabou se tornando a língua padrão). A título de exemplo, pode-se citar: Pfeife (cachimbo) ficou Piepe (inglês: pipe), Apfel (maçã) ficou Appel (inglês: apple) e erzählen (narrar) ficou vertellen (inglês: to tell).

Em torno do ano 1.500 d.C., o idioma escrito foi padronizado de acordo com a variante falada no centro e no sul do país, o que fez com que o Platt se tornasse um dialeto apenas falado, o que facilitou que o mesmo se diversificasse em variantes regionais com o passar do tempo, na ausência de uma norma escrita unificadora.

No Brasil, principalmente nos estados do sul, é possível encontrar o Plattdeutsch.

Para falantes do Hochdeutsch, é muito difícil, senão praticamente impossível, compreender o Platt, sendo que alguns autores afirmam que este dialeto mais se aproxima do Holandês do que do Hochdeutsch.
Nas cidades onde o dialeto ainda é preservado, o alemão padrão, ou Hochdeutsch, também é falado, sendo usado nos atos religiosos e festividades folclóricas. Um ponto que é importante ressaltar é que o domínio que os descendentes de alemães pomeranos tinham do alemão padrão, muito tem a ver com a condição dos imigrantes que para cá vieram. A maioria era pobre e, por isso, sem condições econômica de aderir à educação à época da imigração, inclusive pelas dificuldades que se enfrentava na Europa de ter acesso à escola. Por isso, o alemão padrão, ensinado nas escolas na Alemanha, não era comum a todos.
Independente de classe, o Plattdeutsch era muito falado em Pomerode. E, essa cultura, ainda existe no município, mesmo que com pouca prática.

fonte: http://www.jornaldepomerode.com.br/Interno.asp?cd_Noticia=6220&cd_Cat=2

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