Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Comércio preserva tradição da língua alemã

Logistas de Santa Cruz contam com funcionários que falam alemão o que facilita o atendimento 

Com a implantação da Campanha de Nacionalização no final da década de 1930, a língua alemã perdeu espaço. O conjunto de medidas tomadas durante o governo de Getúlio Vargas teve por objetivo diminuir a influência dos imigrantes estrangeiros no Brasil para forçar a integração à população brasileira, mas acabou resultando em consequências severas ao idioma, com a fragilização da cultura.
Na região de Santa Cruz do Sul, entretanto, a harmonia entre famílias dos descendentes, escolas comunitárias e igreja permitiu que o idioma alemão permanecesse nas relações sociais mesmo anos depois da imigração. Atualmente, a língua alemã continua viva para boa parcela da população, como pode-se observar com mais facilidade no comércio.
A balco-farmacista e técnica de enfermagem Cleonice Ana Hinterholz Roll cresceu em Linha Santa Cruz e, assim como seus oito irmãos, teve o alemão como língua materna. O primeiro contato com o português foi na escola, onde enfrentou algumas dificuldades. “Os professores traduziam para mim, e aos poucos fui aprendendo, e até meus pais”, lembra. 
Funcionária de uma farmácia há 22 anos, Cleonice usa com frequência ambos os idiomas. Segundo ela, o movimento de falantes da língua alemã é intenso. “Esses dias atendi uma senhora que se esforçava para pedir algo em português, e quando falei alemão ela se soltou e acabou comprando outros itens”, conta. 
Assim como muitos clientes, quando sai de trás do balcão Cleonice sente-se mais à vontade com o alemão. Nas lojas onde já conhece as vendedoras, ela não pensa duas vezes. “Peço tudo em alemão, é uma forma de estabelecer um contato mais íntimo e de manter viva a cultura”, acredita.

Fonte: Gazeta do Sul

Leia mais: Idioma é diferencial na hora da contratação

Nenhum comentário:

Postar um comentário