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domingo, 17 de março de 2013

Germania, uma história sussurrada no dialeto de Volga

Fonte: IPOL

A obra de Maximiliano Schonfeld reconstitui os conflitos de uma colônia alemã de Entre Rios (Argentina), da perda de seu lugar no mundo até o futuro incerto. “Germania”, que estreou no dia 21/02, recebeu o Prêmio Especial do Juri, no último BAFICI (Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independente).

Em seu filme Germania (2012), Maximiliano Schonfeld retrata suas origens, a vida dos descendentes alemães de Volga que formaram numerosas colônias na província de Entre Rios. Trata-se de um universo circular, articulado pela coesão familiar e religiosa que lhes permitiu manter intactas suas tradições e o dialeto Wolgadeutsche. “As histórias relatadas pelas famílias alemãs sempre mantém o sabor do mito distante, da história contada aos sussurros, proibida. Quis transformar aquela tradição oral em imagem cinematográfica”, afirma Schonfeld.

Germania conta o último dia de uma família em Santa Rosa, uma pequena aldeia alemã de Entre Rios. A mãe e seus dois filhos adolescentes, Lucas e Brenda, vivem um duelo íntimo ao esperar pela partida, mas as razões para dua ida são misteriosas: sua fazenda foi devastada por uma peste e os aldeões evitam se aproximar deles.

Protagonizada por atores das aldeias, que se expressam em alemão e em castelhano, o filme reflete a ruptura geracional que hoje existe entre jovens e adultos. Além disso, sugere relações familiares que se aproximam do tabu e põe foco sobre o contraditório mundo adolescente.

Maximiliano Schonfeld, diretor do filme, conversou com a Revista Ñ sobre como foi mergulhar em suas raízes familiares e dessa quebra que se dá nas comunidades onde poucos são os jovens que continuam com as tradições de seus ancestrais. “O dialeto Wolgadeutsche está se perdendo e creio que em menos de 50 anos vá desaparecer por completo. Entre as pessoas de minha idade jã não se fala, enquanto meu pai falava apenas em alemão até os 14 anos, não sabendo uma única palavra em castelhano”, conta o diretor.

A entrevista na íntegra pode ser lida na Revista Ñ.

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