Apresentação

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Filme conta emigração de suíços em Joinville

Suíços tiveram participação importante na colonização do Sul Brasileiro, dando origem a Joinville, atualmente uma das mais importantes e belas cidades da região. Um filme brasileiro mostra as condições da época que motivaram emigração e a chegada de um grupo de suíços ao Brasil.
  

A proposta do filme é resgatar uma parte quase apagada história de uma das mais importantes cidades do Sul brasileiro – Joinville, no estado de Santa Catarina - a partir da chegada de colonos suíços, há 160 anos.  O filme foi realizado com recursos de incentivos fiscais brasileiros (Lei Rouanet) e do Governo da Suíça (federal e cantonal) e produzido pela suíça Katharina Beck.
 Para brasileiros comuns, que jamais associariam a imagem de crise e miséria a um país como a Suíça, a primeira surpresa é ver como a fome e as dificuldades econômicas compeliram o país a promover a emigração de seus miseráveis e indigentes para além-mar, confiscando os bens daqueles que ainda os tinham
antes de partir em busca do Eldorado ou, pelo menos, da sobrevivência.

 Pobreza motivou a emigração

A outra novidade é a revelação de que a colonização de Joinville, no estado sulista de Santa Catarina, teve início com a chegada dos colonos suíços, e não dos alemães, como se atribuía até o lançamento do livro de Dilney Cunha que deu origem ao seu roteiro. O livro, publicado em 2003, trouxe à luz a importante participação dos colonos suíços na formação e desenvolvimento daquela região do Sul brasileiro. A partir de Joinville, os suíços migraram para outros centros, como Curitiba, no Paraná (estado vizinho).

A história, rica em detalhes curiosos e reveladores, ganha corpo com o modelo “docudrama” adotado por Hakim, que mistura documentário com a dramatização de cenas fictícias supostamente vividas pelas personagens reais da saga. O documentário tem como alicerce o livro de Dilney Cunha, enquanto a parte encenada foi acrescentada no roteiro. “Esta parte ficcional, naturalmente, foi feita a partir de informações obtidas em pesquisas sobre a época”, destaca o diretor.

 

São Francisco e Califórnia


Sua produção começou em 2009 com captação de cenas na Suíça, depois complementadas com reconstituições de época feitas também no Brasil, em 2011, além de entrevistas com imigrantes, historiadores, políticos e pesquisadores de ambos os países.

Alguns imigrantes, por exemplo, confundiram o porto de São Francisco, onde desembarcariam no Brasil, com San Francisco, nos Estados Unidos, e só mais tarde perceberiam que não estavam indo para os EUA, e sim para o Brasil. Este, por sinal, não é o único caso de imigrantes que desembarcam em nosso país “por engano”.

Interesses econômicos

“O filme procura mostrar também que, aqui como lá, tudo aconteceu a partir de interesses econômicos e políticos dos governos e empreendedores que comandaram o processo todo”, afirma Calixto. “Há culpados de ambos os lados”, resume, sobre as condições degradantes a que acabaram sendo submetidos os colonos após chegarem aqui, sem infraestrutura adequada e com um sertão inóspito e quente em lugar do sonhado Eldorado mostrado nos cartazes de propaganda, antes de embarcarem, em sua terra natal.

Como acontecia com outros colonos em outras regiões, naquela época, os suíços eram obrigados a “tomar empréstimos” dos seus empregadores para poder comprar mantimentos essenciais à sobrevivência (alimentos, roupas, etc), e acabavam ficando endividados e sem nada. “Com a chegada dos alemães, pouco tempo depois, os suíços se viram na necessidade de se passar por alemães para poder usufruir das mesmas ‘boas’ condições que eles conseguiam, por serem maioria”, relata o diretor.

Ele mesmo é um suíço-brasileiro, e diz não ser novidade essa perda de identidade entre os suíços que vieram para esta região do país. “Muitos descendentes de ‘alemães’ são, na verdade, suíços. “O próprio autor do livro conta que resolveu pesquisar o assunto após descobrir que era descendente de suíços e não de alemães, como pensava”, lembra Calixto. “E ele não foi o único. Existem inúmeros casos semelhantes”.

Fonte: Swissinfo .

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