Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

quinta-feira, 19 de março de 2015

As muitas línguas do Brasil

Criança asurini. A língua falada por esse grupo indígena
 foi uma das três primeiras incluídas no Inventário Nacional
 da Diversidade Linguística - Foto: UnB Agência / Flickr.
As muitas línguas do Brasil

Everton Lopes

Documento cataloga as línguas faladas em nosso país. Quantas você conhece, além do bom e velho português?

Você consegue contar quantas línguas são faladas no Brasil? Se você pensou só no português, é hora de repensar sua resposta. Em um país grande como o nosso, onde diversas culturas, nascidas aqui ou vindas de outros lugares, dividem o território, é natural que as pessoas se comuniquem em diversas línguas. Mas essa diversidade nem sempre é reconhecida.

Por isso, especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) resolveram criar o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), um documento que registra e descreve os idiomas falados em nosso país.

“O INDL tem como objetivos gerais promover e valorizar a diversidade linguística brasileira, fomentar a produção de conhecimento e documentação sobre as línguas faladas no Brasil e contribuir para a garantia de direitos linguísticos”, explica a linguista Giovana Ribeiro Pereira, do Iphan.

Casa em bairro de imigração italiana de Curitiba. O talian,
 língua falada por cerca de 500.000 descendentes de italianos no
Brasil, foi incluído no Inventário Nacional da Diversidade
Linguística - Foto: Radamés Manosso / Flickr.
Por enquanto o inventário inclui três línguas: o talian – uma variação do italiano trazido do norte da Itália por imigrantes e falado no Brasil por seus descendentes –, o asurini do trocará – uma língua da família tupiguarani falada por indígenas asurini – e o guarani mbya – língua falada por indígenas em grande parte do nosso litoral. Há projetos em andamento para inclusão de outras línguas faladas por grupos formados a partir da imigração, línguas indígenas e até línguas de sinais!

“O reconhecimento dessas línguas como referência cultural brasileira promove a valorização das línguas faladas no Brasil como elemento de transmissão de cultura e como referência de identidade para os diferentes grupos sociais”, diz Giovana. “O INDL contribui para a pluralidade linguística e cultural, desconstruindo o mito de que o Brasil é um país monolíngue”.

Everton Lopes é estagiário do Instituto Ciência Hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário