Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Contextualizando a Língua talian



Língua de imigrantes italianos, muito falada atualmente no Brasil. Os falantes do talian se concentram na Região Sul, distruibuindo-se em diferentes cidades de cada Estado, por exemplo: Caxias do sul, Farroupilha, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Veranópolis, Erechim, Carlos Barbosa - no Rio Grande do Sul; Joaçaba, Caçador, Chapecó, Concórdia – em Santa Catarina; Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão, Medianeira, Toledo - no Paraná). É pela relação com o movimento de imigração de italianos para o Brasil no fim do século XIX e início do XX que podemos compreender a emergência do talian como uma língua. Quando chegavam ao Brasil, os imigrantes eram conduzidos a fazendas ou a áreas ainda não habitadas nem cultivadas.

Disso resultavam as colônias de imigrantes, vinculadas ao  processo de colonização dessas áreas. No caso da região sul, de modo geral, dividiam-se essas novas áreas em linhas e travessões e nelas se estabeleciam os imigrantes, aleatoriamente agrupados. Dos imigrantes italianos que se dirigiram ao Sul do país, em finais do século XIX,  95% eram provenientes do Vêneto e da Lombardia. Destes, 60% tinham língua e cultura vênetas, o que fez com que formas dessa língua predominassem nas situações de conversa entre eles, resultando no talian.

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Hoje na serra gaúcha os maiores falantes ainda são os mais antigos, mas o governo brasileiro tem se preocupado em manter este idioma, fazendo sua inserção dos currículos escolares da região, além das universidades como é o caso da universidade de Caxias do sul que tem uma cadeira sobre o talian. O vêneto falado no sul do Brasil é arcaico quando comparado ao vêneto falado atualmente na Itália, pois é semelhante ao usado no século XIX. Ademais, com o advento da rádio e da televisão, começou uma forte interferência da língua portuguesa no vêneto falado pelos imigrantes no Brasil. Em decorrência, o vêneto brasileiro evoluiu de forma diferente da variedade falada na Itália, uma vez que incorporou itens lexicais do português e se manteve ligado à maneira como era falada no século XIX. Assim, usa-se o termo talian para diferenciar o vêneto falado no Brasil do dialeto vêneto hoje usado na Itália.

O talian não é considerado uma língua estrangeira no Brasil, mas sim uma língua nacional brasileira, sem status de língua oficial. Não se sabe ao certo o número de falantes do talian no Brasil, porém estimativas apontam em 500 mil o número de pessoas que usam essa língua, 6 a maioria dos quais são bilíngues e também falam o português. Atualmente, os falantes de talian têm se empenhado para resgatar a língua, principalmente nas regiões povoadas por italianos no sul do Brasil. Diversos livros já foram publicados no idioma talian. Existem estações de rádio que transmitem algumas horas de sua programação em talian em vários municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e algumas do Paraná e Mato Grosso.

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